Page 24 - Livreto Conservação
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Tráfico
O tráfico de animais silvestres é uma das principais ameaças à biodiversidade da Mata
Atlântica e pode provocar a extinção de diversas espécies a médio e longo prazo.
O comércio ilegal ocasiona desequilíbrios ecológicos e sofrimento aos animais. Cada espécie
tem uma função ecológica e quando são retiradas do seu ambiente natural, nenhuma outra é
capaz de desempenhar seu papel.
No Brasil, as aves são os animais mais capturados e vendidos no mercado ilegal, segundo
dados da organização não governamental WWF. As espécies mais visadas são os psitacídeos
(araras, papagaios e periquitos), passeriformes (passarinhos), dendrobatídeos (rãs venenosas
e coloridas), primatas e lepidópteros (borboletas). Além disso, de cada 10 animais traficados, 9
morrem antes de chegar ao seu destino final.
De todas as espécies de aves mais traficadas no Brasil, as aves nativas da Mata Atlântica
constituem a maioria. (Fonte: Bernardo Ortiz-von Halle, ‘Bird’s-eye view: Lessons from 50 years of bird trade
regulation & conservation in Amazon countries; https://www.traffic.org/site/assets/files/11517/birds-eye-view.pdf)
Além da destruição de seus habitats nativos por meio do vasto e rápido desmatamento,
muitas espécies de passeriformes e psitacídeos sofrem de uma imensa pressão do tráfico
ilegal de animais silvestres.
Por exemplo, o Projeto Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) descobriu que, em 2016 e 2017,
85% de todos os ninhos da espécie pesquisados na região da Mata Atlântica foram violados
por traficantes.
Foto: Projeto Papagaio-verdadeiro
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