Há 300 anos, Maria Sibylla Merian, uma alemã divorciada e ambiciosa, foi uma das primeiras a montar uma expedição científica, atravessando o Atlântico para chegar na América do Sul.
Ela observou e ilustrou detalhadamente a metamorfose de insetos, fazendo uma importante contribuição à entomologia, a ciência dos insetos.
Hoje a metamorfose é bem conhecida, mas naquela época frequentemente acreditava-se que insetos surgiam magicamente da carne em decomposição.
Essa ideia, que hoje parece absurda, surgiu com Aristóteles no século III a.C., e perdurou até as descobertas do biólogo Francesco Redi no século XVII.
Redi realizou experimentos e descobriu que larvas apenas apareciam em carnes expostas ao ar livre.
Na mesma época, Jan Swammerdam usou o microscópio para verificar que o mesmo inseto passava pelos diferentes estágios da metamorfose.
Ainda no século XVII, Jan Goedart publicou um livro com os diferentes estágios de desenvolvimento de insetos, e Stephan Blankaart publicou outro baseado nos estudos de Redi.
Mas foi Merian, com suas observações dos ciclos de vida dos insetos no local onde eles viviam, que ilustrou com muita riqueza de detalhes a metamorfose.
As descobertas de Merian influenciaram gerações de cientistas. Ela é admirada e celebrada até hoje por sua capacidade de observar com atenção a natureza e ter coragem de mudar radicalmente a nossa perspectiva.