PARCERIAS
Além do nosso trabalho em avaliação, planejamento estratégico e capacitação de profissionais para conservação para salvar aves da Mata Atlântica, o Parque das Aves executa projetos de conservação como também colabora ativamente com projetos de conservação na maioria dos estados brasileiros de Mata Atlântica.
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Além do nosso trabalho em avaliação, planejamento estratégico e capacitação de profissionais para conservação para salvar aves da Mata Atlântica, o Parque das Aves executa projetos de conservação como também colabora ativamente com projetos de conservação na maioria dos estados brasileiros de Mata Atlântica.
O Parque trabalha de diversas formas com diversos projetos e iniciativas.
Parcerias incluem:
- Apoio financeiro
- Apoio logístico
- Participação de equipe em trabalhos de pesquisa veterinária, biologia de conservação, em censos e monitoramentos diversos, em educação para conservação, e muito mais
- Doação de equipamentos
- Capacitação e cursos técnicos diversos para profissionais de conservação de aves da Mata Atlântica
- Reprodução para conservação e reabilitação de aves resgatadas para contribuir com projetos de reintrodução
Apoiamos ações, iniciativas ou projetos de conservação de aves na maioria dos estados brasileiros de Mata Atlântica. Como a nossa fundadora, Anna Croukamp, disse, “Mas ainda há tanto por fazer!”.
Veja mais sobre os critérios usados para avaliar a nossa possível contribuição aqui.
Apoiamos diversos parceiros. Veja mais sobre eles na sequência.
Projeto Periquito-cara-suja
O periquito-cara-suja (Pyrrhura griseipectus) é atualmente encontrado em apenas quatro localidades no estado do Ceará, porém já teve com um registro histórico de 16 locais, em quatro estados diferentes. As principais ameaças à espécie são a caça ilegal e a perda de locais de nidificação. Por esse motivo, a espécie já foi classificada como Criticamente Ameaçada (CR) pela IUCN entre os anos de 2007 a 2016. Porém, graças ao trabalho da Aquasis, desde 2017 a espécie tem um grau de ameaça menor: Em Perigo (EN).
O Projeto Periquito-cara-suja iniciou suas atividades em 2007, e em 2009 instalou os primeiros ninhos artificiais na área de ocorrência da espécie. Em nove anos de uso dessas caixas-ninho, 841 filhotes foram observados deixando os ninhos, revertendo então o declínio da população.
O Projeto Periquito-cara-suja iniciou suas atividades em 2007, e em 2009 instalou os primeiros ninhos artificiais na área de ocorrência da espécie. Em nove anos de uso dessas caixas-ninho, 841 filhotes foram observados deixando os ninhos, revertendo então o declínio da população.
As pesquisas e campanhas de conscientização realizadas pela Aquasis possibilitaram também a criação de uma área protegida para a espécie em abril de 2018: o Refúgio da Vida Silvestre (REVIS) do Periquito-cara-suja, através de um convênio entre a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará com a Aquasis. Os sinais claros de aumento da população de periquitos-cara-suja nas montanhas de Baturité, com novos pontos de ocorrência registrados – evidenciando o aumento de alcance –, só foi possível pelo trabalho contínuo da equipe para aumentar a conscientização em suas escassas áreas de ocorrência atuais.
O Parque das Aves mantém indivíduos dessa espécie sob seus cuidados desde 1999, obtendo sucesso reprodutivo nos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2015, com o nascimento de 17 filhotes da espécie. O Parque trabalha com a Aquasis e os órgãos governamentais para que animais resgatados do tráfico de animais silvestres e que não possam voltar ao seu ambiente natural possam ser encaminhados ao Parque das Aves. Essa medida visa promover uma melhor qualidade de vida a animais vítimas do tráfico, bem como contribuir com a reprodução ex situ da espécie. O futuro nascimento de filhotes de periquitos-cara-suja no Parque das Aves e o encaminhamento desses filhotes para a natureza é um importante incremento às importantes ações de conservação já desenvolvidas pela Aquasis.
Projeto de Conservação Papagaio-de-cara-roxa
A espécie papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis) é endêmica da Mata Atlântica do Brasil, ocorrendo apenas em uma estreita faixa de planície entre o litoral do Paraná e o sul do litoral de São Paulo. A população paranaense da espécie representa 80% do total registrado no país, com cerca de 7 mil papagaios. Embora a espécie atualmente esteja classificada na UICN como Quase Ameaçada (NT), entre os anos de 1994 a 2000 esteve Em Perigo (EN), e de 2004 a 2016 como Vulnerável (VU). Além disso, não é mais encontrada em toda sua área de distribuição original, como no extremo nordeste de Santa Catarina, outras áreas do sudeste do Brasil.
As principais ameaças à espécie são o corte de árvores, nos quais os papagaios se aninham, e a caça e comércio ilegal de ovos e filhotes.
As principais ameaças à espécie são o corte de árvores, nos quais os papagaios se aninham, e a caça e comércio ilegal de ovos e filhotes.
Ciente desta condição, a SPVS desenvolveu em 1998 o Projeto de Conservação Papagaio-de-cara-roxa, no intuito de contribuir com a conservação da espécie, em consonância com o Plano de Ação Nacional para Conservação dos Papagaios, e de seu habitat natural – o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica (Grande Reserva Mata Atlântica). Nestes 20 anos de atuação, as ações da equipe de campo, que possibilitaram o recente aumento na população de aves no litoral paranaense, consistem em integrar os componentes de pesquisa biológica, realizar monitoramento populacional e reprodutivo, manejar e educar para a conservação da natureza, além de apoiar e integração institucional entre órgãos fiscalizadores, instituições não governamentais e de educação. Na prática, essas ações incluem a proteção e o monitoramento dos locais de reprodução, incluindo o monitoramento da atividade reprodutiva dos papagaios desde o início da ocupação do ninho até o primeiro voo dos filhotes; a realização de censo populacional em toda a área de ocorrência da espécie e a realização de atividades educativas com a comunidade local em especial jovens do estado de São Paulo e Paraná nas áreas de ocorrência da espécie.
O Parque das Aves mantém indivíduos da espécie desde 1994, obtendo sucesso reprodutivo com 11 filhotes entre os anos de 2007 e 2012. Nos anos de 2017 e 2018, o Parque das Aves ofereceu apoio financeiro para a realização dos censos da espécie. Os censos do papagaio-de-cara-roxa são o principal indicador da manutenção da população na natureza, bem como o sucesso ou a necessidade de esforços de conservação nas ações realizadas pelo projeto. O resultado de 2018, no qual foram contabilizadas 9.112 aves, é o segundo mais expressivo na história do projeto. Porém há muito a ser feito para que a espécie encontre um grau de ameaça ainda menor. A proteção efetiva para a preservação das áreas ocupadas por essa espécie, por exemplo, é extremamente importante uma vez que estes ambientes são muito frágeis.
Papagaio-de-peito-roxo
O papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) ocorre no Brasil, Paraguai e norte da Argentina. No Brasil é encontrado do sul da Bahia e norte de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul. Registros recentes para a Argentina citam a região central oeste de Missiones e uma população isolada em Campo Viera. No Paraguai é citada nas Unidades da Federação de Canideyú, Alto Paraná e Caaguazú. Desde 2009 é classificado como em perigo (EN) de extinção pela IUCN e apresenta uma tendência de declínio populacional, segundo a mesma fonte.
Apesar da espécie apresentar uma ampla distribuição geográfica, seu tamanho populacional no Brasil ainda não é totalmente conhecido, e estima-se não passar de 8000 animais.
Apesar da espécie apresentar uma ampla distribuição geográfica, seu tamanho populacional no Brasil ainda não é totalmente conhecido, e estima-se não passar de 8000 animais.
O Programa Nacional para Conservação do Papagaio-de-peito-roxo, coordenado pelo Projeto Charão, vem monitorando, desde 2009, a espécie no país, quando foram registrados 345 animais. Em 2018 este registro totalizou em 4758 animais, sendo 61% deles localizados em Santa Catarina, 22% no Paraná e 7% em Minas Gerais. Os tamanhos estimados para os outros países são bem preocupantes, uma vez que não passam dos 500 indivíduos: 220 indivíduos no Paraguai e 203 na Argentina.
Assim como o papagaio-charão, esta espécie está preferencialmente associada a ambientes com floresta de araucárias, portanto, a redução deste tipo de habitat é uma das principais ameaças à espécie, assim como a captura de ovos e filhotes, bem como ausência de locais próprios para nidificar. Assim, ações de educação ambiental, geração de renda alternativa para comunidades de entorno e monitoramento de áreas de alimentação, dormitório e reprodução são tidas como prioridade.
Uma outra estratégia de conservação para a espécie é o Projeto de Reintrodução do Papagaio-de-peito-roxo no Parque Nacional das Araucárias , estabelecido em 2010 pelo Instituto Espaço Silvestre. Esta ação conta até o momento com a reintrodução de 153 papagaios no local, sendo 13 em 2001, 30 em 2012, 33 em 2015, 7 em 2016, 30 em 2017 e 40 em 2018. No ano de 2017, o Parque das Aves enviou três animais da sua população para serem reintroduzidos no local. Ao chegar ali, os animais passam por um treinamento comportamental que os preparam melhor para o processo de soltura branda ao qual serão apresentados. O Parque das Aves também contribui com o apoio financeiro para a construção de caixas ninho, que oferecem a esta e outras espécies uma maior oportunidade de local para nidificar na região, bem como com o fornecimento de câmeras trap, essenciais ao monitoramento pós-soltura.