Eu, você, uma borboleta, estamos todos conectados
Publicado por parquedasaves em 14/12/2020
Atualizado em 7 de fevereiro de 2025
Tempo de leitura: 4 minutos
Já observamos inúmeras vezes uma borboleta visitando uma flor. Muitas pessoas já se depararam com vespas, besouros e, claro, com beija-flores também visitando flores.
Não é novidade que essas “visitas” têm como propósito saciar a necessidade alimentar desses animais, mas também de promover a polinização dessas plantas. Legal isso, não? Ainda mais quando conseguimos flagrar esses momentos com uma câmera fotográfica ou com nosso companheiro inseparável, o celular.
Pequenos polinizadores, como o beija-flor, desempenham um papel essencial na natureza, garantindo a reprodução das plantas e a manutenção dos ecossistemas.
Mas já nos perguntamos que esses flagras mostram muito mais que apenas dois seres, animal e vegetal, interagindo entre si? Pois é, o que presenciamos é um mundo todo conectado nesse simples gesto.
Vamos “viajar” nesse fantástico mundo?
Peraí, peraí, antes façamos uma pergunta: qual a relação entre uma borboleta e uma onça pintada? Ops, como assim, Onça-pintada? O que o maior predador das florestas tem a ver com uma borboleta? Tudo, e vamos explicar, ou melhor, embarcar nesta fantástica viagem na natureza.
Borboletas não são apenas símbolos de beleza, mas também agentes fundamentais na polinização, ajudando a manter a biodiversidade da floresta.
Quando esta borboleta voando tranquilamente encontra uma flor repleta de néctar e pólen, seu instinto (vamos pensar assim, instinto, mas é muito mais do que isso) é o de pousar e se alimentar desses ingredientes tão saborosos, saudáveis e necessários para ela.
Ao acontecer o encontro, ela acaba polinizando, fecundando a flor. Por consequência, essa flor dará origem a um fruto.
Estamos juntos nesta viagem? Por favor, não se percam. Para que isso não ocorra, passamos a seguir os “Passos da Natureza”.
Então, o próximo passo da planta e da natureza é providenciar um belo fruto, com tamanhos e cores distintos, mas no geral, sempre muito chamativos. As cores, sabor, tamanhos, e claro, aromas, vão acabar por despertar a atenção de muitos animais que se alimentam destes frutos. Estes animais chamamos de herbívoros, que se alimentam, além de outras partes da planta, também dos frutos.
As aves são essenciais para a regeneração da floresta, espalhando sementes por onde passam e garantindo novos ciclos de vida. Foto/Reprodução: Unsplash/Carlos de Almeida
Normalmente, esses animais podem variar de tamanho, dieta e peso, mas todos em algum momento do ano encontram frutos disponíveis, e se alimentam deles. Animais como cotias, pacas, cervos e até nossa anta, maior mamífero da América do Sul, chegando a passar dos 200 quilos.
E o que eles têm em comum? Bem, aqui entramos na parte triste de nossa viagem, mas de suma importância para que a natureza continue existindo.
Estes animais são fonte de alimento para outros animais, os carnívoros. E dentre esses carnívoros, quem vocês acreditam que está? Sim, ela mesma, a onça-pintada.
Vamos resumir nossa viagem: a borboleta polinizou a planta, que gerou um fruto, que maduro serviu de alimento para um animal herbívoro, e este de alimento para a onça-pintada.
No topo da árvore, o leopardo observa cada detalhe ao seu redor, mostrando a elegância e o instinto refinado dos grandes felinos. Foto/Reprodução: Unsplash/Bibake Uppal
Podemos concluir que tudo na natureza está conectado? Sim, exatamente tudo. Esta foi apenas uma viagem dentre outras milhares que existem ilustrando estas conexões.
Mas uma de cada vez. Assim podemos parar, pensar e entender o passo a passo da natureza.
Mas e nós, seres humanos, estamos conectados à natureza também? Já que vivemos em cidades, bairros, casas e apartamentos, muitas vezes longe dessa natureza.
Sim, estamos e somos extremamente dependentes dessa conexão. Afinal, não nos alimentamos, por exemplo, de frutos e hortaliças? Então, para que possamos usufruir desses alimentos, boa parte do que comemos só está à nossa disposição porque lá atrás uma borboleta, uma vespa, ou um beija-flor realizou o ato de polinizar.
A cada mordida, a conexão com a natureza se fortalece. Os sabores, núcleos e texturas dos alimentos nos lembram de que somos parte desse equilíbrio. Foto/Reprodução: Unsplash/Rusty Watson
Então, da próxima vez que você observar uma borboleta em uma flor, saiba que ela está mais do que se alimentando, ela também está nos “alimentando”.
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completou 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.