O papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) é a espécie mais capturada na natureza para abastecer o comércio de animais de estimação, dentro e fora do Brasil. Embora ainda não esteja oficialmente ameaçada de extinção, caminha para isso se a perda de habitat e pressão de captura continuarem crescendo. Só em Mato Grosso do Sul já foram apreendidos pela fiscalização cerca de 10 mil filhotes, mas muitos outros morreram na captura e transporte pelos traficantes. Pensando nisso, em 1997 o Parque das Aves decidiu financiar o trabalho da Dra. Gláucia Seixas com a espécie no Pantanal. Nascia assim o Projeto Papagaio-Verdadeiro.
Vinte anos e muito trabalho depois, muita informação já foi obtida, mas o trabalho está longe de acabar. O Projeto busca informações sobre a biologia e ecologia do papagaio-verdadeiro que possam auxiliar na tomada de decisão para a conservação da espécie e dos ambientes onde vive. O trabalho envolve pesquisa científica, com ações que visam identificar a situação da espécie em ambiente natural, bem como conhecer os elementos biológicos necessários para seu manejo e conservação na natureza, sensibilização da comunidade, com ações de divulgação dos resultados para diferentes públicos, visando estimular a reflexão quanto à necessidade de conservação da espécie e seu ambiente. Como a espécie sofre uma pressão incrível do tráfico, o Projeto também tenta mapear o tráfico no Brasil e avaliar seu impacto nas populações de papagaios. Além do Pantanal, o Projeto expandiu suas ações para a Bacia do Paraná, onde a espécie sofre com a intensa captura ilegal. E na semana passada a equipe trabalhou nessa região, onde são monitorados 161 ninhos. Pense num trabalho gigante!
Agora começou a temporada reprodutiva, mas infelizmente com os filhotinhos chegam também os traficantes. Por isso é muito importante que, além da pesquisa biológica, a equipe também eduque a população e construa alianças com governos e entidades que possam nos ajudar nessa luta para salvar o papagaio-verdadeiro. Assim, fizemos um bate-papo com mais de 300 pessoas que residem nas cidades vizinhas ao Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PEVRI). Contamos um pouco sobre o Projeto e pedimos a ajuda de todos para combater o tráfico. E como ninguém faz conservação sozinho, também foram feitas reuniões com os Secretários Municipais de Meio Ambiente, dos municípios de Taquarussu e Novo Horizonte do Sul.
Aqui no Parque das Aves, também ajudamos nessa luta contra o tráfico. Nosso programa #TráficoTôFora tenta envolver e conscientizar nossos visitantes, através da exibição de aves com sequelas do tráfico e conversa com monitores. Além disso, com a criação da Divisão de Conservação, o Parque das Aves passa agora a integrar também os trabalhos desenvolvidos em campo.
E como você pode ajudar?
1) Não compre animais provenientes do tráfico. Não financie esse sofrimento.
2) Converse com seus amigos, espalhe esta ideia.
3) Denuncie o tráfico na internet.
O papagaio-verdadeiro precisa da nossa ajuda para continuar existindo. Na próxima semana, a equipe do Projeto Papagaio Verdadeiro vai para o Pantanal monitorar os ninhos. Acompanhe o Facebook do Projeto e saiba mais sobre este trabalho lindo.