Conheça 15 árvores raras da Mata Atlântica
Publicado por parquedasaves em 19/09/2019
Atualizado em 11 de fevereiro de 2025
Tempo de leitura: 11 minutos
Veja uma lista das árvores raras da Mata Atlântica, bioma com espécies fantásticas, mas muito ameaçado de extinção!
A Mata Atlântica é uma das florestas que mais abrigam espécies de plantas. De fato, sua flora é única, com uma diversidade surpreendente e abundante de plantas de todos os tipos, desde pequenos musgos até gigantescas árvores frondosas.
No entanto, essa floresta tão especial também é uma das que mais destruídas no mundo: cerca de 92% deste bioma já desapareceu. Atualmente, o que resta da Mata Atlântica resiste bravamente ao desmatamento, que muitas vezes é realizado de forma acelerada e sem planejamento, seja para urbanização ou para agropecuária.
Por isso, muitas árvores estão ficando cada vez mais raras na floresta!
Então, que tal conhecer essas espécies e, claro, saber como podemos ajudar a protegê-las?
Assim, preparamos uma lista de 15 árvores raras da Mata Atlântica. Inclusive, muitas delas estão ameaçadas de extinção:
A Guapeba (Chrysophyllum imperiale), também chamada de Árvore do Imperador, é uma espécie rara e imponente da Mata Atlântica. Sua majestade se destaca pelo porte alto e pelas folhas brilhantes, que apresentam um tom dourado na parte inferior, dando um toque nobre à paisagem.
Essa árvore já foi muito apreciada pela realeza, daí seu nome especial. Além da beleza, seus frutos servem de alimento para diversas aves e mamíferos, contribuindo para a biodiversidade da floresta.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Em Perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN.
Uma guapeba, também conhecida como árvore do imperador, nome popular que combina bem com o seu nome científico. Foto/Reprodução: INaturalist/Marcio Santos Ferreira.
A IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) é uma organização global criada em 1948, dedicada à proteção da biodiversidade.
Sua Lista Vermelha classifica espécies conforme o nível de ameaça, ajudando a orientar ações de conservação e proteger a fauna e flora do planeta.
O Pau-Brasil (Paubrasilia echinata) é uma das árvores mais simbólicas do Brasil, tendo um papel fundamental na nossa história. Sua madeira avermelhada era altamente valorizada no período colonial para a extração de corante, o que levou à sua exploração intensa ao longo dos séculos.
Nativa da Mata Atlântica, essa espécie pode atingir até 15 metros de altura e produz flores amarelas delicadas, que atraem polinizadores como abelhas.
Hoje, o Pau-Brasil está ameaçado de extinção, reforçando a importância da sua preservação. No Parque das Aves, essa árvore icônica representa o compromisso com a conservação da nossa biodiversidade.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Em Perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN.
O pau-brasil é a árvore da Mata Atlântica que deu origem ao nome do nosso país. Foto/Reprodução: INaturalist/Diego Monsores.
O Pau-Ferro (Libidibia ferrea) é uma árvore imponente e resistente, nativa da Mata Atlântica e de outras regiões do Brasil. Seu nome vem da dureza de sua madeira, uma das mais fortes do bioma, utilizada historicamente na construção civil e naval.
Além da sua robustez, o Pau-Ferro encanta pela casca rajada, que se descama naturalmente, criando um padrão único no tronco. Suas pequenas flores amarelas atraem polinizadores, e seus frutos servem de alimento para diversas espécies da fauna.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da IUCN.
As nuances de cores do pau-ferro são impressionantes. Foto/Reprodução: INaturalist/André Menegotto.
O Ipê-Roxo (Handroanthus impetiginosus) é uma das árvores mais deslumbrantes da Mata Atlântica, conhecida por suas flores roxas vibrantes que colorem a paisagem entre o inverno e o início da primavera.
Além da sua beleza marcante, essa espécie desempenha um papel essencial na natureza, oferecendo néctar para abelhas e outros polinizadores, além de seus frutos servirem de alimento para a fauna. Sua madeira é extremamente resistente, sendo historicamente valorizada.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Quase ameaçada (NT) na Lista Vermelha da IUCN.
O ipê-roxo é uma das árvores mais belas do Brasil. Foto/Reprodução: INaturalist/Carla Urbina.
O Guatambu (Aspidosperma pyrifolium) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, conhecida por sua madeira clara e resistente, amplamente utilizada na marcenaria e na construção civil.
Além da sua importância econômica, essa espécie desempenha um papel fundamental no ecossistema, servindo de abrigo e alimento para diversas espécies de aves e insetos. Suas flores discretas contribuem para a polinização, mantendo o equilíbrio natural da floresta.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da IUCN.
Uma das muitas espécies de guatambu da Mata Atlântica. Foto/Reprodução: INaturalist/Marcos V. Dantas Queiroz.
A Copaíba (Copaifera langsdorffii) é uma árvore nativa da Mata Atlântica e de outros biomas brasileiros, amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais. Seu óleo-resina, extraído do tronco, é utilizado há séculos pela medicina popular devido às suas ações anti-inflamatória, cicatrizante e antimicrobiana.
Além de seu valor terapêutico, a Copaíba desempenha um papel fundamental no ecossistema, fornecendo alimento e abrigo para diversas espécies de animais, incluindo abelhas, que polinizam suas delicadas flores amareladas.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da IUCN.
Copaíba, uma das árvores mais famosas da Mata Atlântica. Foto/Reprodução: INaturalist/fio_pirovano.
O Jequitibá-Branco (Cariniana estrellensis) é uma das árvores mais imponentes da Mata Atlântica, podendo ultrapassar 40 metros de altura! Com seu tronco robusto e longos galhos, essa espécie é considerada uma verdadeira gigante da floresta.
Além de sua grandiosidade, o Jequitibá-Branco tem um papel fundamental no ecossistema, oferecendo alimento e abrigo para inúmeras espécies de aves e mamíferos. Suas flores esbranquiçadas são uma importante fonte de néctar para polinizadores, como abelhas e borboletas.
Nível de ameaça pelo IUCN: Não listada na IUCN, porém em risco de extinção.
Toda a beleza do jequitibá! Foto/Reprodução: INaturalis/Everaldo Borges da Costa.
O Pau-de-Alho (Machaerium paraguariense), também conhecido como Farinha-Seca, é uma árvore nativa da Mata Atlântica que se destaca pelo aroma peculiar de alho exalado por sua madeira e casca. Essa característica única a torna facilmente reconhecível na floresta.
Além do cheiro marcante, essa espécie desempenha um papel importante no ecossistema, fornecendo flores ricas em néctar, que atraem polinizadores como abelhas e borboletas. Seus frutos também servem de alimento para diversas espécies da fauna.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Pouco Preocupante (LC) na Lista Vermelha da IUCN.
Pau-de-alho, árvore também conhecida como cateretê e farinha-seca. Foto/Reprodução: INaturalist/demianlescano.
A Peroba (Aspidosperma polyneuron) é uma árvore nativa da Mata Atlântica e do Cerrado, amplamente conhecida por sua madeira dura e resistente, utilizada historicamente na construção civil e na marcenaria. Infelizmente, sua exploração intensa levou essa espécie a se tornar ameaçada de extinção.
Além de sua importância econômica, a Peroba desempenha um papel essencial no equilíbrio da floresta. Suas flores pequenas e esbranquiçadas fornecem néctar para abelhas e outros polinizadores, enquanto seus frutos servem de alimento para diversas espécies da fauna.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Em Perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN..
A peroba é uma das árvores mais conhecidas da Mata Atlântica. Foto/Reprodução: INaturalist/Miguel Bellucci.
A Araucária (Araucaria angustifolia), também conhecida como Pinheiro-do-Paraná, é uma das árvores mais emblemáticas do Sul do Brasil e um símbolo do Bioma Mata Atlântica. Com seu porte imponente, pode ultrapassar 50 metros de altura, formando belas florestas conhecidas como Matas de Araucária.
Além de sua grandiosidade, essa árvore desempenha um papel fundamental no ecossistema. Suas sementes, os pinhões, são uma importante fonte de alimento para várias espécies, incluindo a gralha-azul, ave responsável por espalhar suas sementes e ajudar na regeneração natural da floresta.
Infelizmente, a Araucária está ameaçada de extinção devido à exploração intensa de sua madeira e à perda de habitat.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Criticamente em Perigo (CR) na Lista Vermelha da IUCN.
A araucária é uma das árvores mais raras da Mata Atlântica. Foto/Reprodução: Equipe do Projeto Charão.
O Acaicá (Cedrela odorata), também conhecido como Cedro Brasileiro, é uma árvore majestosa da Mata Atlântica, reconhecida por sua madeira nobre e aromática, amplamente utilizada na marcenaria e na construção naval.
Além do seu valor comercial, essa espécie tem um papel essencial no ecossistema. Suas flores esbranquiçadas atraem polinizadores, enquanto seus frutos fornecem alimento para diversas aves e mamíferos.
Infelizmente, devido à exploração excessiva e ao desmatamento, o Cedro Brasileiro está ameaçado de extinção, tornando sua conservação ainda mais urgente.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN.
O tronco do cedro brasileiro possui marcações muito características. Foto/Reprodução: INaturalist/Luis Enrique Villegas.
A Urundeúva (Myracrodruon urundeuva), também conhecida como Aroeira-do-sertão, é uma árvore nativa da Mata Atlântica, do Cerrado e da Caatinga, famosa por sua madeira extremamente dura e resistente, comparável ao ferro. Essa característica fez com que fosse amplamente explorada para a fabricação de móveis, cercas e construções, levando a espécie a ser considerada ameaçada de extinção.
Além de sua madeira valiosa, a Urundeúva também tem grande importância ecológica. Suas flores pequenas e amareladas são uma rica fonte de néctar para abelhas e outros polinizadores, enquanto seus frutos servem de alimento para diversas espécies da fauna.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN.
A urundeúva também é conhecida como aroeira-do-sertão. Foto/Reprodução: INaturalist/Samuel M. Martins.
O Cambucá (Plinia edulis) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, conhecida por seus frutos amarelo-alaranjados, de polpa doce e suculenta, que já foram muito consumidos no Brasil, mas hoje são raros devido ao desmatamento e à perda de habitat.
Seu nome vem do tupi e significa “seio do mato”, uma referência ao formato de seus frutos, que nascem diretamente no tronco, assim como a jabuticaba. Além de ser apreciado por pessoas, o cambucá também serve de alimento para diversas aves e mamíferos, ajudando na dispersão de sementes e contribuindo para a regeneração da floresta.
Infelizmente, essa espécie está cada vez mais difícil de encontrar na natureza, tornando sua preservação essencial.
Nível de ameaça pelo IUCN: Não listada na IUCN, porém se encontra vunerável.
Os frutos do cambucá são muito belos. Foto/Reprodução: INaturalist/Luís Roberto da Silva.
A Sapucaia (Lecythis pisonis) é uma árvore nativa da Mata Atlântica, conhecida por seus frutos impressionantes, chamados de cuias de macaco. Essas grandes cápsulas lenhosas guardam sementes altamente nutritivas, semelhantes às castanhas, que são consumidas por diversas espécies da fauna e até mesmo por humanos.
Além de sua importância ecológica, a Sapucaia possui flores roxas e rosadas, ricas em néctar e muito atrativas para polinizadores, como abelhas e beija-flores. Seu tronco imponente e copa frondosa fazem dela uma árvore de grande valor para a biodiversidade.
Infelizmente, devido ao desmatamento, a Sapucaia tem se tornado cada vez mais rara na natureza.
Nível de ameaça pelo IUCN: Classificada como Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN.
A coloração cor-de-rosa da sapucaia se destaca em meio às demais árvores. Foto/Reprodução: INaturalist/Gabriel Bonfa.
O Jequitibá-Rosa (Cariniana legalis) é uma das árvores mais imponentes da Mata Atlântica, podendo atingir até 50 metros de altura e viver por mais de mil anos. Considerado um dos gigantes da floresta, essa espécie já foi amplamente explorada devido à sua madeira resistente e de alta qualidade.
Além de sua grandiosidade, o Jequitibá-Rosa desempenha um papel fundamental no ecossistema. Suas flores discretas oferecem néctar para polinizadores, enquanto seus frutos são fonte de alimento para diversas espécies da fauna.
Infelizmente, o desmatamento reduziu drasticamente suas populações, tornando essa espécie ameaçada de extinção.
Nível de ameaça pelo IUCN: Não listada na IUCN, porém se encontra vunerável.
O jequitibá-rosa é uma árvore imensa e majestosa. Foto/Reprodução: INaturalist/Carlos Otávio Gussoni.
Quer ajudar a proteger as árvores da Mata Atlântica também? Então, veja essas dicas valiosas:
Zele por tudo o que você tem: papel, energia elétrica, água, roupas, objetos, brinquedos. Assim, as coisas duram mais, e não precisam ser substituídas com tanta frequência!Afinal, antes desses itens chegarem até você, áreas foram desmatadas para retirar matéria-prima ou instalar fábricas.
Em geral, alimentos de origem animal geram mais impacto ambiental e estão associados ao desmatamento.
Então, que tal começar participando da campanha mundial Segunda Sem Carne? Aqui no Parque das Aves, nós já aderimos à campanha no refeitório dos funcionários! Clique aqui para descobrir como montar uma refeição vegetariana nutritiva.
Após cerca de 45 buscas na internet, o Ecosia planta uma árvore, inclusive em áreas de Mata Atlântica! Inclusive, você pode utilizar o Ecosia no computador, tablet e celular.
Tem espaço no jardim ou no quintal? Plante árvores nativas da Mata Atlântica! Aliás, alguns hortos municipais distribuem mudas nativas… e é fácil comprá-las em lojas físicas e na internet!
Não tem espaço para plantar árvores? Então, faça uma doação para ONGs que restauram o bioma, como Apremavi, A Copaíba, Iniciativa Verde e SOS Mata Atlântica.
Inclusive, algumas dessas organizações defendem as áreas de floresta que já existem no bioma. Afinal, plantar novas árvores é extremamente necessário… mas não substitui os serviços ambientais prestados pelas florestas maduras!
Existem muitas maneiras de salvar esse bioma fantástico! Você já escolheu a sua?
Você pode proteger a flora da Mata Atlântica com atitudes simples, como evitar o consumismo e o desperdício, plantar árvores nativas, fazer doações para instituições ambientais ou reduzir o consumo de alimentos de origem animal.
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completa 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.