Para salvar espécies, Parque das Aves assina acordo oficial
Publicado por Parque das Aves em 01/06/2022
Atualizado em 22 de fevereiro de 2023
Tempo de leitura: 6 minutos
Celebrado em maio, acordo entre instituições ambientais almeja salvar espécies de aves da Mata Atlântica!
“Claravis“. Uma palavra em latim, feita de duas partes: “clarus“, que significa “iluminado, claro”, e “avis“, que significa “ave”.
De fato, criar um futuro brilhante e iluminado para as aves da Mata Atlântica é o objetivo do Instituto Claravis, nascido especialmente para salvar espécies desconhecidas, esquecidas e precisando urgentemente de amparo e atenção.
Fundado pelo Parque das Aves, o Instituto Claravis acaba de formalizar o trabalho realizado desde 2017 em prol das aves ameaçadas do bioma.
Por isso, no mês de maio, celebrou um acordo de cooperação com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que foi publicado no Diário Oficial da União.
A parceria irá fortalecer o trabalho das instituições na implementação do Plano Nacional para Conservação das Aves da Mata Atlântica (PAN Aves da Mata Atlântica), documento oficial que define as estratégias para conservar essas espécies.
Um Plano de Ação Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção é um documento, construído de forma participativa por diversas pessoas e instituições.
Elaborado em 2014, o PAN Aves da Mata Atlântica contou com a participação de 31 especialistas, representando 25 instituições diferentes.
Juntos, eles definiram as estratégias prioritárias para conservar as aves desse bioma, como proteger os ambientes naturais onde as aves vivem; e reintroduzir aves nativas nessas áreas; reduzir a caça e a captura ilegal desses animais; avaliar o efeito de alterações climáticas sobre essas espécies e controlar as espécies exóticas invasoras.
Para isso, uma das estratégias propostas no plano é conservar os animais em locais especializados (zoológicos ou criadouros), como o Parque das Aves.
Em resumo, todo PAN tem quatro etapas principais, que incluem planejar as ações (1), implementá-las (2), monitorá-las (3) e avaliar os resultados alcançados (4). Então, as instituições envolvidas cumprem essas quatro etapas no período de duração do PAN, chamado de “ciclo”.
Anualmente, o Grupo de Assessoramento Técnico (GAT) realiza o monitoramento das ações. No entanto, quando o GAT percebe que é necessário, pode estender esse período, criando um “novo ciclo”.
Parte do GAT desde o primeiro ciclo, o Parque das Aves agora tem o papel de coordenação executiva do plano, junto com o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE).
Para mais detalhes sobre o envolvimento do Parque das Aves no PAN Aves da Mata Atlântica, clique aqui.
Fundado pelo Parque das Aves, o Instituto Claravis nasceu depois que uma espécie de pomba, chamada pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi), desapareceu da região do Iguaçu.
De fato, foi o que aconteceu com a pararu-espelho. O nome dessa ave tem relação com o brilho metálico em suas asas, que lembra um “espelho”. E, assim como um espelho real, elas geravam reflexos intensos quando batiam as asas. No entanto, devido à extinção, seu bater de asas cessou cedo demais.
Porém, a espécie continuou a deixar um reflexo: ao receber essa notícia, a diretora executiva do Parque das Aves, Carmel Croukamp, decidiu focar todos os esforços da instituição no abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica. Por isso, em 2017, a missão do Parque das Aves mudou!
Atualmente, a Mata Atlântica é o segundo bioma com maior variedade de espécies no mundo, principalmente em termos de flora. No entanto, esse também é um dos biomas mais ameaçados do planeta. Inclusive, embora 17 estados brasileiros estejam em domínio de Mata Atlântica, mais de 90% da sua área original já desapareceu.
Hoje, a Mata Atlântica é o lar de 890 espécies de aves. Destas, 215 são exclusivas do bioma – ou seja, não existem em nenhum outro lugar do mundo!
Por exemplo, uma ave exclusiva da Mata Atlântica que desapareceu rapidamente é a saíra-apunhalada, espécie criticamente ameaçada de extinção. Inclusive, restam apenas 19 indivíduos conhecidos no planeta! Por isso, é absolutamente urgente tomar atitudes eficazes para salvar esses animais.
O Instituto Claravis é composto por dois centros com sede em Foz do Iguaçu, que trabalham de forma complementar para salvar espécies: o Centro de Conservação de Aves da Mata Atlântica e o Centro de Sobrevivência de Espécies Brasil.
Assim, o objetivo da parceria entre o Instituto e o ICMBio é acompanhar e implementar o PAN Aves da Mata Atlântica em conjunto. Para isso, as ações propostas iniciaram em abril de 2022, com conclusão prevista para abril de 2027.
Além disso, as instituições parceiras irão trabalhar para divulgar as espécies listadas no plano. Por fim, pretendem difundir a observação de aves como uma prática de educação para a conservação.
Portanto, nessa nova fase, repleta de novos desafios e conquistas para as espécies em risco de extinção, o Instituto Claravis almeja criar um futuro brilhante para as aves ameaçadas da Mata Atlântica. Cumprindo nossa missão, levaremos adiante o legado da espécie que nos inspirou!
Quer saber mais sobre a missão do Parque das Aves e do Instituto Claravis? Então, assista esse vídeo:
Em em sua próxima visita a Foz do Iguaçu, que tal visitar o Parque das Aves e conhecer as aves da Mata Atlântica bem de pertinho? Inclusive, estamos em frente às Cataratas do Iguaçu! Veja mais detalhes sobre a visita aqui!