Conheça os incríveis louva-a-deus da Mata Atlântica
Publicado por parquedasaves em 18/11/2019
Atualizado em 9 de dezembro de 2024
Tempo de leitura: 3 minutos
Oráculo, profeta, aquele que vê o que ainda não aconteceu, aquele que percebe algo antes que ocorra. “Mantis” é uma palavra grega que significa todas essas coisas. Esse é o nome de um projeto que estuda os louva-a-deus, insetos esquecidos pela maioria das pessoas.
O fundador do projeto, Leonardo Moutinho Lanna, inicialmente estudou administração. Porém, após, uma viagem para fazer observação de aves, ele ficou fascinado por esses animais e iniciou o curso de Biologia.
Um dia, um louva-a-deus apareceu para ele em uma noite estrelada, e desde então, Leonardo se apaixonou pelo mundo dos insetos. Leonardo e seus colegas, também estudantes de Ciências Biológicas, perceberam que ninguém estudava esses insetos.
Os estudantes, que eram voluntários em um laboratório da UNIRIO, começaram os estudos no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Não demorou muito para descobrirem uma nova espécie exatamente dentro daquele espaço urbano!
O mais curioso é que, há 83 anos, a mesma espécie foi coletada no Jardim Botânico. Só que o espécime nunca foi identificado e catalogado: foi mantido, sem descrição, no acervo do Museu Nacional. Felizmente, no dia do incêndio que destruiu boa parte do acervo do Museu, a turma do Projeto Mantis estava com este louva-a-deus e muitos outros do acervo, o que os manteve a salvo.
Dentro do Jardim Botânico, há um Passeio Noturno no qual a equipe incluiu um momento para falar sobre a importância dos insetos e compartilhar curiosidades sobre os seus tão queridos louva-a-deus. Nosso país abriga maior diversidade de espécies de louva-a-deus no mundo: são conhecidas 250 espécies de louva-a-deus, mas se estima que possam existir pelo menos 750! Ou seja, ainda há muito o que pesquisar nesse campo.
Como os louva-a-deus se camuflam perfeitamente em meio às folhas, é muito difícil distingui-los em meio à vegetação durante o dia. Por isso, o trabalho dos estudantes é feito em sua maior parte à noite, quando o foco de luz da lanterna ajuda a destacá-los. No início, eles não tinham muita prática: nas primeiras três buscas, só encontraram um inseto.
Devido ao trabalho com espécies raras e até mesmo exclusivas da Mata Atlântica, a equipe recebeu um prêmio de fomento à pesquisa da National Geographic. Eles já descobriram entre cinco e sete novas espécies de louva-a-deus.
É difícil ter certeza do número, já que é preciso comparar o espécime encontrado com os que já estão em museus – mas tantas descobertas em pouco tempo denotam o quanto dessa floresta ainda desconhecemos.
O prêmio também foi usado para fazer expedições pelo Rio de Janeiro e, depois, a equipe deixou a Mata Atlântica e se expandiu em direção à Amazônia. A chamada Expedição Mabán iniciou em julho e foi toda feita de barco, reafirmando o compromisso do grupo em não matar nenhum louva-a-deus.
Diferente de muitos pesquisadores, que costuma matar os insetos para estudá-los, a equipe do Projeto Mantis tem o hábito de libertá-los depois de fazer os registros, criá-los no local de estudos ou simplesmente esperar até que eles morram para coletá-los. Os pesquisadores também desenvolveram uma maneira de levar os insetos com segurança e conforto para o local de estudos: é a Mantis Ark, uma mochila especial na qual os insetos podem ser mantidos em terrários.
Assista aqui um vídeo de uma das expedições da equipe.
Para acompanhar as expedições do projeto, acesse:
Facebook: facebook.com/projetomantis
Instagram: instagram.com/projetomantis
Por serem predadores, os louva-a-deus são importantíssimos para o ambiente, controlando a população de outros insetos, inclusive se alimentando de pragas que atacam cultivos humanos. Proteja os louva-a-deus da #NossaMataAtlantica e ajude a manter o equilíbrio do meio ambiente!