Ideias para substituir as sacolas plásticas no dia a dia
Publicado por parquedasaves em 02/07/2019
Atualizado em 21 de novembro de 2024
Tempo de leitura: 8 minutos
A história das compras no Brasil se divide em duas épocas: antes e depois de 1987. Afinal, esse foi o ano em que as sacolas plásticas substituíram os sacos de papel em nosso país. E de lá para cá estão em quase tudo o que fazemos!
Das frutas que pegamos na seção de hortifrúti até a compra de uma caixa de remédio que poderíamos tranquilamente levar no bolso, as sacolas plásticas se infiltraram em todos os estabelecimentos comerciais e ambientes domésticos.
E você? Utiliza sacolas plásticas quando vai fazer compras? Se sim, quando você chega em casa e não precisa mais delas, o que você faz com as sacolas? Reutiliza todas ou só uma parte?
E, na hora de descartar essas sacolinhas, qual lixeira você utiliza? Será que toda sacolinha plástica é reciclável? E, mesmo quando é reciclável, será que realmente vai ser reciclada?
Se você ficou com dificuldade de responder todas essas dúvidas, saiba que não está sozinho. O uso de sacolas plásticas é permeado por muitas questões que simplesmente não são fáceis de responder!
Porém, uma coisa é consenso: essas sacolinhas onipresentes, independente do material do qual sejam fabricadas, sempre causam um grande impacto ambiental!
Inclusive, existe até mesmo uma data voltada para a reflexão sobre as sacolas plásticas: o Dia Internacional Sem Sacolas Plásticas, celebrado em 3 de julho.
Neste artigo vamos te apresentar:
a) quais são esses impactos
b) as diferenças entre cada tipo de sacola plástica
c) como substituir esses itens na sua rotina
Continue lendo!
A primeira questão polêmica em relação às sacolinhas é que, na maior parte das vezes, elas são produzidas com uma matéria-prima não renovável e cuja extração é muito poluente: o petróleo!
Em segundo lugar, mais de 90% das sacolas plásticas produzidas não são realmente encaminhadas para reciclagem! Por isso, elas acabam contaminando o solo e a água com toxinas (perigosas para a saúde humana, inclusive). E, claro, estragam qualquer paisagem!
Além disso, as sacolas plásticas também prendem, ferem e matam milhares de baleias, golfinhos, aves e outros animais, todos os dias. Inclusive, o plástico no mar já afeta negativamente quase 700 espécies marinhas – muitas delas, ameaçadas de extinção.
Afinal, muitos animais ingerem as sacolas (confundindo-os com alimento), enquanto outros ficam presos no material. Assim, eles acabam morrendo lentamente, por sufocação ou desnutrição (quando deixam de comer alimentos reais, pois se sentem permanentemente “cheios” com o plástico que foi ingerido).
De fato, o descarte inadequado de sacolas plásticas afeta principalmente as tartarugas. Uma das explicações é que muitas tartarugas confundem as sacolas plásticas com águas-vivas, seu alimento. Além disso, estudos já indicam que o plástico, ao boiar no mar por algum tempo, começa a adquirir a aparência, cheiro e sabor de algas e de micro animais marinhos. Por isso, mesmo outras espécies de tartarugas (que nem comem águas vivas) podem ser induzidas a um erro fatal!
Porém, não são apenas animais marinhos que sofrem com o plástico: sacolas plásticas já foram consumidas por aves, cães, gatos, macacos e até mesmo camelos! Então, apesar do impacto dessas sacolas ser mais relacionado ao oceano, ele também se estende aos animais terrestres.
Por fim, conforme as sacolas plásticas se degradam, elas se transformam em partículas de plástico muito pequenas, que são extremamente difíceis de ver e de limpar – os microplásticos.
No entanto, apesar de pequenos, esses microplásticos contaminam tudo ao seu redor: água de beber, peixes e frutos do mar, sal de cozinha. Então, não é nenhuma surpresa que eles já tenham sido encontrados até mesmo no sangue, placenta, pulmão e intestino humanos!
Dentro do nosso corpo, esse material libera toxinas que podem causar diversas alterações hormonais e fisiológicas, prejudicando a nossa saúde.
Em resumo, podemos dizer que, sim, estamos nos contaminando com o nosso próprio plástico!
Assim, com todos esses dados alarmantes, a pergunta que fica é: afinal de contas, o que estamos fazendo para resolver essa situação trágica?
Bem, uma solução surgiu em 2002, quando uma baleia na costa da Normandia morreu com cerca de 800 kg de sacos plásticos no estômago. Assim, por conta desse triste episódio, a Irlanda foi o primeiro país a começar a cobrar uma taxa por cada saquinho, ainda no mesmo ano.
O resultado? Cerca de 23 milhões de euros foram arrecadados e investidos em projetos ambientais. Além disso, houve uma redução de 90% no consumo de saquinhos!
Apesar desse estrondoso sucesso irlandês, baleias e muitos outros animais, tanto terrestres quanto aquáticos, continuam sendo encontrados com o estômago lotado de plástico em diversas praias ao redor do mundo. Afinal, como o oceano não tem fronteiras, é preciso encontrar ações que sejam globais e unificadas.
Infelizmente, em nosso país, as sacolas plásticas seguem sendo distribuídas gratuitamente na maioria dos estabelecimentos.
Aliás, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercado (Abras), são consumidas mais de 13 bilhões de sacolas plásticas por ano no Brasil!
Então, para tentar minimizar o problema, alguns estados e cidades já possuem leis que proíbem a distribuição gratuita de sacolas plásticas.
Além disso, diversos estabelecimentos cobram taxas dos clientes que optam por utilizar sacolinhas, enquanto outros locais oferecem descontos para quem abrir mão das sacolas plásticas.
No entanto, a melhor solução é que você não dependa de leis, taxas ou descontos para recusar as sacolinhas sempre que possível!
Mas, será que todas as sacolinhas são iguais? Todas elas causam o mesmo impacto ambiental? Até aquelas que são “biodegradáveis”? E o plástico verde, não era mais “amigo da natureza”?
Ficou na dúvida? Então, veja abaixo um resumo das informações essenciais!
São feitas de: Polietileno, que pode ser de baixa densidade (PEAD) ou de alta densidade (PEBD).
Em geral, podemos produzir tanto um quanto o outro de fontes não-renováveis (petróleo) ou de fontes renováveis (como cana-de-açúcar). Então, quando a fonte escolhida é um vegetal, esse plástico ganha o nome de “plástico verde”.
Porém, se houver descarte incorreto, sacolas de “plástico verde” causam o mesmo tipo de poluição que as sacolas feitas de petróleo!
É biodegradável? Não.
É compostável? Não.
É reciclável? Sim.
É reciclado, na prática? Na maioria das vezes, não.
São feitas de: Qualquer material reciclado – de caixinha de leite aos mais variados tipos de plástico.
É biodegradável? Não.
É compostável? Não.
É reciclável? Sim.
É reciclado, na prática? Na maioria das vezes, não.
São feitas de: Polietileno e um aditivo chamado D2W, que acelera a decomposição, fazendo a sacola se separar em partículas menores.
Em primeiro lugar, como esse tipo de sacola precisa se oxidar para conseguir se degradar. De fato, é por isso que são chamadas de oxibiodegradáveis.
Assim, em teoria, sacolas oxi-bio deveriam se decompor em até 18 meses, desde que em contato com o calor, o ar e a umidade. Porém, na prática, esse tempo é muito maior!
Além disso, várias pesquisas nacionais e internacionais afirmam que o aditivo D2W só faz com a sacola se fragmente em milhares de micro pedacinhos. Então, acabam virando uma verdadeira “farofa de microplástico”!
Aliás, como você pode imaginar, esses incontáveis microplásticos são muito mais difíceis de conter que um saco plástico inteiro! Por isso, contaminam ainda mais humanos e outros animais. Complicado, né?
Portanto, sacolas oxibiodegradáveis não são realmente biodegradáveis. Inclusive, elas causam ainda mais dano que sacolas de plástico comum!
É biodegradável? Não.
É compostável? Não.
É reciclável? Sim.
É reciclado, na prática? Na maioria das vezes, não.
Matéria-prima: Vegetais (amido de milho, beterraba, mandioca e outros vegetais).
Em resumo, existem vários tipos de sacolas bioplásticas, feitas de diversos vegetais distintos. Porém, só porque uma sacola é feita de vegetais, não significa que seja compostável nem biodegradável como eles, certo?
Afinal, para ser considerada biodegradável, uma sacolinha deve, depois de ser degradada pelos micro-organismos (como bactérias e fungos), se transformar em água, dióxido de carbono e materiais orgânicos. No entanto, na prática, muitas delas deixam outros compostos contaminantes para trás!
Inclusive, mesmo aquelas sacolas de bioplástico que realmente são compostáveis precisam de condições especiais (como temperatura, umidade e pressão controladas) para se degradar. O problema? Essas condições não existem no mundo real!
Então, na maioria das vezes, mesmo as sacolas compostáveis não se decompõem como deveriam. De fato, elas acabam se desfazendo em infinitos pedaços de microplástico. Por isso, causam os mesmos problemas que as sacolas oxibiodegradáveis!
É biodegradável? Alguns tipos de bioplástico sim, outros não.
É compostável? Alguns tipos de bioplástico sim, outros não.
É reciclável? Sim.
É reciclado, na prática? Na maioria das vezes, não.
Portanto, moral da história: todos os tipos de sacolinhas plásticas dependem de uma destinação muito precisa para não causar impactos ambientais. De fato, essa destinação nem acontece na prática.
Então, a saída é simplesmente RECUSAR TODOS OS TIPOS DE SACOLAS PLÁSTICAS.
Afinal, a sua atitude faz a diferença! Até porque, foi a partir do consumo individual de sacolinhas plásticas que chegamos até essa situação assustadora, correto?
Assim, vamos eliminá-las da sua rotina? Aí vão algumas dicas:
Aqui no Parque das Aves, utilizamos sacolas de papel em nossa loja. Afinal, para nós, a sustentabilidade está presente todos os dias do ano!
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completa 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.