Água limpinha com os filtros biológicos
Publicado por parquedasaves em 10/10/2018
Atualizado em 28 de janeiro de 2025
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Quando você admira essa água cristalina aí da foto, consegue imaginar o longo processo pelo qual ela passou até chegar nesse resultado? Bem, ele é longo, mas muito simples, barato e ecologicamente correto, além de ter sido totalmente desenvolvido aqui mesmo, no Parque das Aves.
Os responsáveis pela água limpinha dos lagos artificiais dos recintos do Parque são os novos filtros biológicos que possuímos. Eles tratam a água que será utilizada pelos animais para se hidratar e tomar aquele banho gostoso. Veja como eles funcionam:
Os filtros biológicos são sistemas utilizados para a purificação da água em ambientes aquáticos, como lagos, protetores e viveiros. Seu principal objetivo é manter a qualidade da água ao remover resíduos orgânicos e substâncias tóxicas, como amônia e nitritos, que podem ser prejudiciais à vida aquática.
O funcionamento dos filtros biológicos é baseado na ação de bactérias benéficas que vivem em materiais chamados de meios filtrantes (como cerâmica ou plástico poroso). Essas bactérias realizam um processo chamado ciclo do nitrogênio, que transforma compostos tóxicos em substâncias menos químicas:
Eles têm uma importância significativa para a saúde da água, sustentabilidade e eficiência nos ambientes aquáticos.
Os filtros biológicos do Parque das Aves são essenciais para manter a qualidade da água nos recintos e sistemas aquáticos. Eles são compostos por diferentes elementos que desempenham funções específicas no processo de filtragem:
Cada componente é cuidadosamente integrado para criar um ambiente saudável e sustentável, contribuindo para o bem-estar dos animais e a conservação da natureza.
O funcionamento do filtro biológico é simples, mas seu desenvolvimento exigiu bastante trabalho. Inicialmente, utilizávamos redes plásticas de frutas enroladas em formato de bolinhas, mas os resultados eram insatisfatórios. Com o tempo, passamos a usar espuma porosa, que era mais eficiente, mas apresentava dificuldades de manutenção e limpeza. Finalmente, optamos pelas mídias filtrantes modernas, que são mais fáceis de limpar, reutilizáveis e possuem maior durabilidade.
O sistema de filtragem opera de forma contínua para garantir a qualidade da água nos lagos. A água retorna do lago por gravidade, passa pela bomba e segue para o filtro, onde as mídias filtrantes removem as impurezas. Em seguida, a água é exposta à luz ultravioleta (UV), que elimina micro-organismos indesejados, antes de retornar ao lago e reiniciar o ciclo.
Desde 2021, as mídias filtrantes substituíram definitivamente as espumas, trazendo maior eficiência ao sistema. Além de serem mais duráveis, as mídias são lavadas a cada seis meses, prolongando sua vida útil e reduzindo a necessidade de trocas frequentes.
A limpeza dos filtros é adaptada ao tamanho do sistema. Nos filtros menores, o processo pode ser realizado no local, utilizando jatos d’água de alta pressão. Já nos filtros maiores, como os do lago dos flamingos, é necessário remover todas as mídias, lavá-las externamente e reinseri-las no sistema. Embora esse procedimento seja mais demorado e trabalhoso, especialmente em casos de acúmulo de resíduos ou limo, ele é essencial para manter a eficiência e a qualidade da filtragem.
A manutenção dos sistemas é realizada geralmente durante o dia, com um cronograma que inclui processos essenciais para garantir o bom funcionamento dos equipamentos. Mensalmente, acontece a substituição de lâmpadas em áreas específicas, onde apenas algumas estão funcionando devido ao desgaste ou à queima das outras.
Esse trabalho é conduzido por um dos colaboradores da equipe de manutenção, que é responsável tanto pela troca das lâmpadas quanto pelo acompanhamento de todo o sistema, garantindo que ele opere de forma eficiente e segura.
Além disso, durante a troca das lâmpadas, é realizada uma limpeza completa das caixas. Essa etapa inclui uma inspeção detalhada dos cabeamentos e reatores para identificar possíveis problemas. Caso algum defeito seja detectado, avalia-se se ele está relacionado ao reator ou à própria lâmpada, para que as devidas exceções sejam tomadas.
O processo de filtragem tem início no reservatório, com a bomba transportando a água para o tanque, onde ela é filtrada pelas mídias, que absorve toda a sujeira. Um ponto importante nesta etapa de filtragem pelas mídias é que bactérias boas estão presentes nesta área, e são elas as responsáveis pela destruição das bactérias prejudiciais e da sujeira.
A água já sai do tanque limpa e então vai, através de canos, para um tubo com lâmpadas ultravioletas e drenos, que destroem algas. Ela então volta novamente para a bomba e o ciclo é iniciado novamente. E a água tem que passar por esse processamento pelo menos quatro vezes ao dia.
Os filtros biológicos do Parque das Aves são uma solução simples, acessível e ecologicamente correta para garantir água limpa e segura para os animais. Desenvolvidos internamente, eles oferecem baixo custo de manutenção e ainda economizam recursos naturais, permitindo que a mesma água seja reutilizada. A filtragem eficiente, com mídias e bactérias benéficas, remove impurezas de forma natural, enquanto as lâmpadas ultravioletas ajudam no controle das algas. O sistema funciona em ciclo contínuo, garantindo qualidade ao longo do dia, e sua manutenção envolve um mutirão colaborativo, reforçando o espírito de equipe do Parque.
O filtro biológico é uma peça-chave no compromisso do Parque das Aves com a sustentabilidade, permitindo uma economia significativa de recursos naturais. Graças à eficiência do sistema, a água que circula entre o filtro e os lagos artificiais é reutilizada por longos períodos, reduzindo a necessidade de constantes trocas e minimizando o desperdício.
Esse sistema funciona de maneira contínua para manter a qualidade da água nos lagos. A troca completa só é necessária durante a limpeza do filtro, que ocorre em intervalos planejados. Isso significa que, em condições normais, os lagos podem manter a mesma água por até três anos. Essa abordagem não apenas conserva milhares de litros de água, mas também reduz o consumo de energia e os resíduos associados à manutenção.
Além de preservar recursos, o filtro biológico reflete o compromisso do Parque com a inovação e o cuidado ambiental. Essa tecnologia não apenas atende às necessidades dos animais, garantindo água limpa e adequada, mas também demonstra que é possível implementar soluções que aliam eficiência, sustentabilidade e respeito à natureza.
Com esse sistema, o Parque das Aves continua avançando em sua missão de conservação, promovendo práticas que beneficiam o meio ambiente e inspiram um futuro mais equilibrado para todos.
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completou 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.