Cecropia: descubra os bastidores do maior viveiro de aves do Brasil

Publicado por Parque das Aves em 12/09/2022

Atualizado em 28 de novembro de 2023

Tempo de leitura: 10 minutos

Que tal conhecer o processo de construção do Viveiro Cecropia, o maior viveiro de aves do Brasil? O espaço abriga cerca de 300 animais, a maioria deles resgatados. Saiba mais nesse post!

Sabe aquele lugar encantado, de encher os olhos… que desperta as mais diversas e profundas emoções? Bem, esse lugar tem nome… e foi criado especialmente para você: o Viveiro Cecropia!

Aberto ao público desde setembro de 2020, esse espaço é um imenso complexo que abriga centenas de periquitos, construído na metade da trilha do Parque das Aves.

Atualmente, o Viveiro Cecropia é o maior viveiro de aves do Brasil e um dos maiores viveiros de imersão da América Latina.

Juntos, os dois recintos do complexo somam meio hectare de área, e foram construídos de forma totalmente integrada com a mata, visando evitar ao máximo a derrubada de árvores.

Então, na prática, os visitantes passam por dentro de um gigantesco viveiro… muitas vezes, sem perceber!

Assim, com tanta natureza em volta, você certamente se sentirá parte da Mata Atlântica.

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Um gigante em meio à natureza: a construção do viveiro foi realizada ao redor e acima das árvores, evitando derrubá-las. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

O nome do viveiro Cecropia

 

“Cecropia” é o nome científico de uma árvore muito especial para a Mata Atlântica, conhecida popularmente como embaúba.

Muito forte e resistente ao sol, a árvore Cecropia é a primeira a nascer em áreas degradadas e com solo pobre em nutrientes.

Então, enquanto cresce, ela oferece sombra para que as demais árvores cresçam protegidas pela sua copa arredondada, que lembra um verdadeiro guarda-sol.

Ou seja: ela é capaz de iniciar uma floresta!

 

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Com sua imensa copa, a árvore Cecropia oferece sombra para outras plantas crescerem protegidas da luz solar intensa, criando uma floresta. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

Construindo Cecropia, o maior viveiro de aves do Brasil

 

Gigantesco, o viveiro Cecropia possui 22 metros de altura e 66 metros de comprimento.

A criação e construção desse imenso viveiro aconteceram entre agosto de 2017 e fevereiro de 2020. Foi um processo muito bem pensado e desenvolvido em várias etapas, a longo prazo. De fato, demorou um mês inteiro apenas para criar a maquete do viveiro!

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A equipe de manutenção do Parque das Aves trabalhou com dedicação durante todo o processo de construção do imenso viveiro Cecropia. Foto: Equipe do Parque das Aves.

E, para executar a construção, que foi ficando cada vez mais alta, toda a equipe envolvida recebeu treinamentos e equipamentos específicos para trabalhar em altura, realizando suas tarefas de forma segura.

 

Durante esse processo, a equipe de obras e manutenção executou a maior parte das atividades sem utilizar grandes máquinas. Assim, geramos o menor impacto possível, evitando derrubar árvores e fazer barulho excessivo próximo às aves.

Em resumo, a ideia era proporcionar um ambiente integrado à floresta, que criasse uma experiência ecologicamente profunda para aves e visitantes.

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Nessa foto, é possível observar um orifício de passagem da passarela de visitantes presente no recinto, criado para evitar o corte dessa árvore durante a construção. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Inclusive, um exemplo de estratégia usada para não destruir árvores nativas com a presença de máquinas foi carregar, manualmente, 42 hastes pesando mais de meia tonelada cada!

Para isso, o transporte de cada uma delas contou com a força simultânea de 32 homens. Quanto empenho, né?

 

Planejado nos mínimos detalhes

 

Cada detalhe do viveiro foi cuidadosamente planejado. Por exemplo, as placas de ferro que foram instaladas em volta das árvores são de material flexível. Assim, essas placas acompanham o balanço das árvores quando bate o vento, sem quebrar.

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Jorge transportando concreto no trator. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Aliás, o material dos corrimãos da ponte onde os visitantes passam também foi imaginado com atenção. Eles são feitos de aço inox e um tipo especial de eucalipto, opções que são mais duráveis, visando facilitar a limpeza e evitar manutenção constante.

Até mesmo as telas dos periquitos foram escolhidas a dedo: como eles possuem bicos muito fortes, essa proteção é de malha de ferro reforçada! Afinal, tamanho não é documento, heim?

Criando uma lago na floresta

 

Além disso, um outro ponto interessante foi a construção do lago artificial. Esses espaços são muito importantes nos viveiros do Parque das Aves, já que as aves precisam de um local para beber água e tomar banho.

O lago foi criado em diversas etapas. Em primeiro lugar, a equipe fez a escavação. Em seguida, esse time revestiu o buraco com concreto. Depois, o buraco coberto recebeu uma malha de ferro e, novamente, outra camada de concreto.

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Paulo e Genilson se abraçam durante a concretagem do lago do viveiro. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Por fim, com uma camada final de cimento misturado à terra vermelha, o lago ganhou uma tonalidade mais natural, ficando com aquela cara de “lagoa de floresta”. Aliás, quem visitou o viveiro pode garantir: a galera da Manutenção arrasou!

Inclusive, a água que vemos no viveiro vem de um poço artesiano, que passa por um filtro biológico com desinfecção ultravioleta (assim como a água dos demais viveiros do Parque).

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Paulo descansando durante concretagem do lago. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

Construindo um telhado diferente

 

Por fim, havia o desafio de criar um telhado verde, repleto de plantas, para a “casa da árvore“, estrutura que conecta os dois recintos dos viveiros.

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Duas araras-maracanã pousadas em frente à “casa na árvore”. Esse é o espaço do Viveiro Cecropia que interliga as duas partes do recinto. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Em resumo, esse telhado precisava aguentar o peso da terra… sem desmoronar quando chovesse! Por isso, a equipe instalou um suporte de plástico, que segura toda a terra como se fosse um canteiro.

Assim, dentro desses “canteiros” do telhado, a equipe inseriu bromélias e outras plantas que não possuem raízes muito profundas, aproveitando a quantidade limitada de terra. Muito criativos, não?

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Instalação do telhado verde na “casa da árvore” do viveiro Cecropia. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

Bastidores da obra

 

Ficou interessado nessa história? Então, confira uma seleção de registros incríveis da época de construção do viveiro:

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Lucas, eletricista do Parque das Aves, preparando o sistema de energia do viveiro. Foto: Equipe do Parque das Aves.
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Processo de soldagem na oficina do Parque das Aves. Foto: Equipe do Parque das Aves.
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Mudas de embaúba, especialmente plantadas pela equipe de jardinagem para o Viveiro Cecropia. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Um mundo dentro de cada Cecropia

 

A árvore Cecropia vive uma relação de benefício mútuo (chamada de simbiose) com uma espécie de formiga, do gênero Azteca, criando juntas um ecossistema perfeito.

Por isso, enquanto a árvore Cecropia oferece abrigo e alimento para a formiga Azteca, a formiga defende a árvore de animais que comem suas folhas – sejam eles pequenos insetos ou grandes preguiças.

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A união perfeita: as formigas Azteca em uma árvore Cecropia. Foto: Peter Marting.

Aliás, para compreender essa relação e ajudar a preparar o viveiro, contamos com a ajuda de um especialista nessas espécies, o biólogo Peter Marting, que prestou consultoria ao Parque das Aves.

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Peter, cientista responsável por prestar informações sobre a interação da árvore Cecropia com a formiga Azteca, auxiliando na construção do viveiro. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Inclusive, antes de entrar no viveiro Cecropia, há um espaço educativo com televisões que mostram vídeos do Peter em alta resolução, onde você pode observar tudo isso acontecendo!

Assim, quando entrar no viveiro Cecropia, você poderá ver de perto as embaúbas, conhecendo melhor as formigas que elas abrigam em seu interior!

Periquitos no Viveiro Cecropia

 

Além de ter um papel fundamental para a regeneração das florestas, a árvore Cecropia alimenta incontáveis aves e mamíferos que, ao consumirem seus frutos, acabam ajudando a espalhar suas sementes

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Frutos da embaúba, cujo nome científico é Cecropia. Foto: Equipe do Parque das Aves.

Por isso, no primeiro viveiro do complexo Cecropia, você poderá conferir de perto a interação de mais de dez espécies de periquitos com a embaúba!

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Os periquitos consomem e dispersam as sementes da árvore Cecropia. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

Aprendendo a voar

 

Cerca de 70% dos periquitos abrigados no viveiro Cecropia vieram de situações de resgate, principalmente acidentes, posse irregular e apreensões de tráfico.

Inclusive, para muitas aves resgatadas, que viviam em locais inadequados e não puderam aprender a voar, o Viveiro Cecropia oferece a possibilidade de praticar!

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Uma linda ararinha maracanã descansa no Viveiro Cecropia, cercada de periquitos. Foto: Equipe do Parque das Aves.

De fato, um viveiro tão grande oferece condições para que as aves “treinem” a musculatura e a respiração necessárias durante essa atividade. Afinal, o voo é um exercício como qualquer outro, para o qual é preciso se preparar!

Inclusive, dentro do viveiro, nossos visitantes podem conferir a revoada de dezenas de aves, um lindo comportamento natural, que serve para reunir o bando.

Geralmente, a revoada inclui de 40 a 50 indivíduos, principalmente os periquitões-maracanã.

É um momento emocionante, que cativa o coração de qualquer visitante!

Por isso, esperamos que você tenha a sorte de observar esse movimento enquanto conhece o nosso viveiro.

 

Alimentação especial

 

Por fim, pensando no gasto de energia que as aves teriam voando em um espaço tão amplo, o zootecnista, que é um especialista em nutrição animal do Parque das Aves, calcula o tipo e a proporção de alimentos a serem oferecidos para os animais.

Assim, ele analisa e aperfeiçoa a alimentação dos periquitos, que inclui uma mistura de ração, sementes, oleaginosas, frutos e vegetais.

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Para facilitar as alimentação das aves no recinto, esse momento foi associado a um som, permitindo que centenas de animais identifiquem que o alimento está servido! Foto: Equipe do Parque das Aves.

Além disso, a quantidade e a formulação do alimento oferecido às aves varia de acordo com a época do ano. Por exemplo, no inverno, quando elas precisam de mais calorias para se manterem aquecidas, o zootecnista suplementa os alimentos com óleos. Já na época de reprodução, ele adiciona vitaminas, minerais e aminoácidos extras aos alimentos.

 

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Um trio de belíssimas tiribas-grandes no viveiro Cecropia, observando o fotógrafo com curiosidade. Foto: Equipe do Parque das Aves.

 

Hora do lanche

 

No viveiro Cecropia, a alimentação dos periquitos é oferecida duas vezes ao dia, enquanto soa um apito. Por isso, todos os periquitos foram acostumados a associar o som do apito com a comida.

Em resumo, esse procedimento ajuda a observar se a maioria dos animais está comendo, enquanto a equipe técnica realiza uma avaliação física geral.

Afinal, em um viveiro com cerca de 300 aves, é fundamental encontrar uma forma de examiná-las de pertinho para conferir a sua saúde.

Além disso, sempre que necessário, os medicamentos das aves são oferecidos na forma líquida, juntamente com a alimentação. Assim, com o auxílio do apito, é possível saber se os animais tiveram contato com o remédio.

Condomínios para os periquitos

 

Dentro do viveiro, além da “casa da árvore”, também existem outras três pequenas casas. O motivo dessas construções? Criar um verdadeiro condomínio para os periquitos!

Cada uma dessas casas é repleta de caixas-ninho, onde os periquitos podem colocar seus ovos e se reproduzir de forma natural.

Inclusive, as paredes das casas possuem um isolante térmico para manter os filhotes em temperatura adequada, além de contar com aquecedor e ventilador.

Cada casa possui cerca de 60 caixas-ninho, somando 193 ninhos disponíveis para as aves escolherem e utilizarem quando quiserem.

Aliás, toda semana, os técnicos da Sala de Filhotes abrem e verificam as 193 caixas, uma a uma!

Assim, sempre que houver um ovo, saberemos com rapidez e poderemos instalar câmeras para monitorá-lo.

Dessa forma, podemos substituir a vistoria manual, evitando perturbar os pais ou filhotes.

 

 

Fruto do trabalho em equipe

 

Em resumo, durante mais de dois anos e meio de construção, incontáveis pessoas estiveram envolvidas em tirar o viveiro Cecropia do papel.

De fato, além de ajudar a erguê-lo com suas próprias mãos, havia muitas outras tarefas a cumprir!

Assim, muitas pessoas receberam e cuidaram dos animais resgatados que iriam viver ali. Outras fotografaram as espécies recém-chegadas e criaram textos para as placas educativas. Algumas cultivaram e transferiram incontáveis plantas para dentro do viveiro. Houve até mesmo quem criasse estampas temáticas para a loja!

Além disso, todas as equipes passaram por treinamentos para compreenderem o conceito e as estruturas do novo recinto. Então, foi um período de muito, muito trabalho!

Por isso, essa intensa operação contou com dezenas de colaboradores trabalhando coletivamente.

Inclusive, sem a dedicação deles, nada disso teria sido possível.

Portanto, é uma grande alegria receber visitantes no viveiro Cecropia, depois de tanto tempo e esforço investidos para criá-lo.

Venha nos visitar! Ficaremos muito felizes em compartilhar essas e outras histórias do viveiro Cecropia com você e sua família.

 

Conheça o Viveiro Cecropia ao vivo

 

Visite o Parque das Aves, em Foz do Iguaçu, e viva essa experiência inesquecível no Viveiro Cecropia! Aliás, estamos em frente às Cataratas do Iguaçu. Veja mais detalhes sobre a visita aqui.

O Parque das Aves é um espaço de conexão única com as aves da Mata Atlântica.
Foto: Equipe do Parque das Aves.

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