5 atividades que podem prejudicar as aves
Publicado por parquedasaves em 11/11/2019
Atualizado em 26 de janeiro de 2023
Tempo de leitura: 5 minutos
Imagine que é réveillon e já é quase meia noite. O que provavelmente vem a sua mente são os fogos de artifício dando boas-vindas ao ano que está chegando, não é? Apesar de ser um momento de felicidade para os humanos, os fogos assustam e causam prejuízos às aves. Às vezes atividades assim, que fazem parte da nossa rotina, podem ser muito prejudiciais a esses animais. Por isso, abaixo listamos 5 dessas atividades e apresentamos maneiras de como podemos evitar que elas causem danos a esses animais. Vamos lá?
Nas festas de final de ano, é muito comum as pessoas soltarem fogos de artifício para a comemoração. Infelizmente, o barulho alto e as luzes produzidas pelos fogos causam um grande desconforto para muitos animais domésticos e selvagens.
Pesquisadores coletaram dados durante três réveillons para descobrir o real impacto dos fogos de artifícios nas aves: os registros mostram que, após ouvir os fogos, os animais ficaram agitados por cerca de 45 minutos antes de pousar e descansar, e alguns deles se sentiram tão incomodados que voaram por grandes distâncias, inclusive se chocando em prédios ou outras estruturas. Além disso, um grande número de indivíduos abandonaram os ninhos nesses dias, prejudicando ou impedindo o desenvolvimento dos filhotes.
Além do estresse que causam aos animais, os fogos de artifício causam acidentes e queimadas, e a fabricação e queima dos mesmos libera percloratos, substâncias que contaminam o ar e a água, causando danos à saúde dos humanos e de outros animais.
O ideal seria não utilizar fogos de artifício, mas caso insista em comprá-los, recomenda-se dar preferência aos que são silenciosos. Essa alternativa não elimina a poluição nem o perigo que os fogos representam, mas ajuda a minimizar os impactos com os animais.
As luzes das cidades, principalmente em grandes centros urbanos, causam diversos prejuízos ao animais, afetando ciclos naturais das aves, como acasalamento, migração, alimentação e polinização das espécies. Muitas aves são atraídas pelas luzes e acabam se chocando com os edifícios, principalmente aqueles que mantêm suas luzes acesas por grande parte do dia sem necessidade.
Para ajudar as aves, mantenha as luzes apagadas quando não estiverem sendo utilizadas: isso evita a colisão dos animais contra as vidraças e ainda economiza energia elétrica!
É muito comum as aves se acidentarem em vidraças: isso acontece por que os vidros refletem o que está em volta, como as árvores ou o céu, e as aves não conseguem diferenciar o que é reflexo do que é real, colidindo com a falsa paisagem.
Na maioria das colisões, as aves ficam temporariamente atordoadas, mas algumas podem ser fatais – o que nem sempre isso acontece no momento da batida, mas sim posteriormente, devido às hemorragias internas.
Para evitar esses acidentes, algumas atitudes simples fazem toda a diferença, como escolher vidros que tenham texturas, que não sejam espelhados ou totalmente transparentes; colocar floreiras e plantas próximas à janela; manter as cortinas ou persianas fechadas enquanto os vidros estão abertos; ou simplesmente colar muitos adesivos nos vidros, orientando as aves a desviarem seu voo.
Soltar pipa é uma forma comum de lazer e diversão, mas essa atividade simples pode ser um grande problema para as aves quando se utiliza cerol na linha da pipa.
O cerol é feito a partir de cacos de vidro macerado e cola, e essa mistura pronta é passada na linha com o objetivo de cortar linhas de outras pipas. Quando as linhas são cortadas, algumas partes podem ficar presas na copa das árvores, e é nesse momento que as aves acabam ficando enroscadas. No desespero para se soltarem, elas se debatem, o que causa graves ferimentos, incluindo a amputação de membros e, na maioria dos casos, a morte do animal.
Para evitar esse problema, prefira soltar pipa longe das copas de árvores e não usar cerol nas linhas de pipa. Se você ver algum animal preso em uma linha de cerol, evite tocá-lo (para não piorar a situação) e ligue para o órgão ambiental da sua região, para que o animal seja encaminhado para atendimento veterinário adequado.
Há diversas cidades que possuem legislação municipal proibindo o uso do cerol em linhas de pipa: se uma pessoa for flagrada produzindo, comercializando ou utilizando cerol, pode ser autuada com multa, e se for menor de idade, os pais serão responsabilizados.
“Cai, cai, balão, cai, cai, balão, aqui na minha mão… “. Essa música tradicional nos lembra como, em nosso país, o hábito de soltar balões está bem estabelecido em épocas festivas. Porém, quando os balões caem, provocam acidentes com aeronaves, incêndios em casas e sérios estragos em áreas naturais.
Durante um incêndio, os animais tendem a fugir ou se esconder. Porém, especialmente em locais onde os incêndios não ocorrem naturalmente, eles não estão tão preparados para lidar com essa situação, e muitos animais acabam morrendo pela inalação da fumaça, pelo calor ou pelas chamas.
Para ajudar as aves e outros animais, independente da época do ano, não solte balões! Soltar balão é crime ambiental, segundo a lei federal 9605/98, passível de multa de R$ 5 mil e reclusão de 1 a 3 anos. Para ajudar a reportar essa prática ilegal, utilize o disque-denúncia: ligue para o número 181. As aves agradecem!
Que tal compartilhar esse texto com seus amigos, para que eles também possam ajudar com a conservação das aves? Vamos juntos fazer a diferença.
Foto de capa: sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca)