Conheça as 13 espécies de papagaios do Brasil
Publicado por Parque das Aves em 31/05/2022
Atualizado em 4 de outubro de 2024
Tempo de leitura: 12 minutos
Você já conhece as espécies de papagaios do Brasil? Veja nossa lista e descubra quais delas vivem na sua região!
Há mais de 500 anos, quando os portugueses chegaram ao Brasil, observaram uma ave desconhecida: o papagaio-do-mangue.
Então, conforme iam entrando na Mata Atlântica… eles logo foram descobrindo muitas outras espécies desses animais, além de araras, periquitos e outras aves da mesma família. Por isso, impressionados com a quantidade delas, batizaram nosso país de “Terra dos Papagaios”.
O nome realmente é muito adequado: afinal, o Brasil possui, ainda hoje, o maior número de espécies de papagaios do mundo, que podem ser encontrados em todos os nossos biomas.
De fato, na Amazônia vivem sete espécies, e a lista segue com a Mata Atlântica (que tem seis), Cerrado e Pantanal (com três cada um), Caatinga (com duas) e Pampa (com apenas uma espécie).
Coloridas, ativas e barulhentas, essas aves são amadas por muitas pessoas!
De fato, não são poucos os que gostam de observar elas voando ou se alimentando de frutos e flores com seu bico forte e curvo. E, é claro, somos suspeitos para falar disso, né?
Inclusive, usando os quatro dedos dos pés (dois voltados para trás e dois para frente), os papagaios são capazes de segurar o alimento com um pé e se manter equilibrados no galho com o outro. E, de vez em quando… esses mestres do equilíbrio também usam o pé para dar aquela coçadinha na cabeça!
Atualmente, existem 13 espécies de papagaios no Brasil.
Algumas, observamos com facilidade, inclusive em áreas urbanas… e outras existem apenas em locais muito específicos!
Que tal conhecer melhor as espécies de cada região?
Em geral, esse papagaio é verde, com penas amarelas ao redor dos olhos e penas azuis acima do bico, que é todo preto. Nas asas, há detalhes em vermelho e azul.
Todo papagaio-verdadeiro tem penas em azul e amarelo na cabeça… porém, para cada um deles, essa misturinha de cores é única!
Esses papagaios estão espalhados em estados de todas as regiões do Brasil, nos biomas Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal. Alguns estão acostumados a viver em cidades grandes… mas, sempre preferem o ambiente natural!
Por viverem em tantos lugares diferentes, podem se alimentar dos frutos, sementes, folhas e flores de incontáveis plantas brasileiras.
Apesar de ser a espécie de papagaio com a maior população, também é a espécie mais visada pelo tráfico de animais silvestres. Por isso, o número de animais está diminuindo em muitos lugares!
Assim, o papagaio-verdadeiro está quase ameaçado de extinção. Então, desde 1997, o Projeto Papagaio-Verdadeiro protege essa espécie, com a ajuda do Parque das Aves, Fundação Neotrópica do Brasil, Naples Zoo e Refúgio Ecológio Caiman.
Como o próprio nome indica, esse papagaio possui lindas penas roxas com as bordas escuras, que parecem escamas, no pescoço e no peito. Seu nome científico (“vinacea“) também remete à cor do vinho. A espécie também apresenta manchas vermelhas na testa, no bico e nas asas.
Eles se alimentam principalmente de frutos, folhas e flores, mas também adoram sementes – como os pinhões, que são sementes da araucária, uma árvore da Mata Atlântica.
Esses roxinhos vivem somente no bioma Mata Atlântica, no sul e sudeste do Brasil. Vulneráveis à extinção, recebem a proteção do Programa Papagaio-de-Peito-Roxo desde 2014.
O programa, que realiza pesquisas científicas sobre a espécie, é organizado pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e pela Universidade de Passo Fundo – RS, com apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
Esse papagaio verde possui detalhes em vermelho ao redor dos olhos e nas asas. Nos machos, a máscara vermelha é um pouco maior – eles parecem super-heróis!
Vegetariano, o papagaio-charão come mais de 90 plantas diferentes! Eles adoram folhas, frutos, flores e sementes – principalmente o pinhão das araucárias.
De fato, eles gostam tanto de pinhão que, todos os anos, voam em bandos de milhares de indivíduos para as cidades de Santa Catarina que têm mais araucárias. Por isso, são considerados os únicos papagaios migratórios do Brasil!
Inclusive, essa migração é tão bonita que muitos turistas vêm de vários lugares do Brasil e do mundo para observar a revoada de papagaios de perto!
No Brasil, os charões são encontrados em área de Mata Atlântica, nos estados de Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Infelizmente, essa espécie está vulnerável à extinção. Por isso, há mais de 30 anos, o Projeto Charão, liderado pela Associação Amigos do Meio Ambiente (AMA) e Universidade de Passo Fundo – RS, estuda e protege esse papagaio.
Em 2018, o projeto até criou uma reserva especialmente para eles! Localizada na cidade catarinense de Urupema, essa unidade de conservação serve para proteger as árvores onde os papagaios se alimentam. Inclusive, o Parque das Aves financiou a construção da base física do projeto.
O nome já dá a dica: essa espécie tem penas roxas na cabeça e no pescoço! Além disso, possui algumas penas vermelhas acima do bico… e a cauda é um espetáculo à parte, toda colorida de verde, amarelo e vermelho!
Morador do litoral sul de São Paulo ao litoral do Paraná, esse papagaio é nativo da Mata Atlântica. No entanto, não existe mais no litoral norte de Santa Catarina, onde costumava viver no passado. Que pena, né?
O papagaio-de-cara-roxa adora os frutos de árvores como o jerivá, o araçá e a canela. Além disso, ele ama as flores de uma árvore chamada caxeta.
Porém, a sua árvore do coração é o guanandi, ondem encontra tudo o que precisa: alimento, abrigo e e ocos para fazer ninhos perfeitos!
Infelizmente, por estar quase ameaçada de extinção, essa espécie é protegida desde 1998 pelo Projeto de Conservação do Papagaio-de-Cara-Roxa, realizado pela Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), com o apoio da Fundação Loro Parque.
Muito coloridos, os papagaios-chauá possuem penas azuis, vermelhas, amarelas e alaranjadas!
Essa espécie é conhecida por muitos nomes diferentes. Na verdade, tudo depende da região! Em Minas Gerais, recebe o nome de “calau”, por causa do som que fazem, ou de “jiru” (que é o nome de uma pequena vila onde, antigamente, haviam muitos papagaios).
Os chauás adoram comer sementes e brotos, mas gostam mesmo é de frutas, como carambola, cajá, caju e jambo! Inclusive, quando fica difícil encontrar essas frutas na floresta por causa do desmatamento, procuram alimento em pomares de fazendas.
Podem ser avistados na Mata Atlântica, nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, e também no sul da Bahia e em grupos isolados em Alagoas e Sergipe.
Porem, como não conhecíamos muito bem o tamanho da população desse papagaio e não sabíamos como ela está distribuída no país, o Parque das Aves criou o Projeto Papagaio Chauá. Assim, desde 2016, mapeamos a ocorrência e as ameaças dessa espécie no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
Então, a Fundação Neotrópica do Brasil também ajudou a executar o projeto, que depois recebeu financiamento da Fundação Grupo Boticário de Proteção a Natureza. Atualmente, o Parque das Aves financia e executa o projeto.
O nome popular e científico desse papagaio surgiu das suas penas esbranquiçadas, como se ele estivesse coberto de farinha branca! Outra característica importante da espécie é o anel branco ao redor dos olhos.
Assim como os demais papagaios, os moleiros gostam de comer sementes, folhas, flores e frutos, especialmente de palmeiras. Porém, possuem um hábito inusitado: de vez em quando, podem ser observados comendo terra!
De fato, a terra dos barrancos nas margens do rio da Amazônia contém nutrientes importantes para a saúde dos papagaios.
No Brasil, eles estão presentes nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, espalhados pelos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Amapá, Maranhão, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo.
Assim, apesar de não estar em risco de extinção (ufa!), esse papagaio recebe a proteção do Programa Papagaios do Brasil.
O papagaio-do-mangue é muito confundido com o papagaio-verdadeiro por causa da sua coloração. Porém, quando observamos com atenção, percebemos que os tons nas penas dessas duas espécies são bem diferentes.
Apesar do seu nome científico (“amazonica“) fazer referência à Amazônia, essa espécie habita diferentes biomas de todo o Brasil. Felizmente, não está em risco de extinção!
Como seu nome indica, o papagaio-do-mangue gosta de se abrigar nesses ecossistemas quando está no litoral.
Por isso, foi o primeiro papagaio que os portugueses conheceram ao chegar no Brasil!
Também conhecido como curica, ele se alimenta de sementes e frutos, incluindo o cacau.
Também conhecido como papa-cacau, esse papagaio possui uma mancha vermelha escura acima do bico e uma mancha azul vibrante atrás dos olhos. Estiloso demais, né?
Como o nome já sugere, seu alimento predileto é o cacau! No entanto, ele também come outras plantas, como frutas, nozes, folhas, coquinhos e sementes. Porém, de vez em quando… pode consumir insetos!
No Brasil, pode ser observado na região Norte, nos estados do Amazonas, Roraima, Amapá e Pará. Apesar de estar presente em poucos estados, não está em risco de extinção.
Esse grande papagaio verde possui uma mancha amarela na cabeça, manchas vermelhas nas asas e um bico cinzento e claro. Além disso, assim como o papagaio moleiro, ele também possui um círculo branco ao redor dos olhos.
O papagaio-campeiro se alimenta de diversos frutos em seu ambiente natural, nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Rondônia e Mato Grosso. Felizmente, essa espécie não está em risco de extinção!
Mais um papagaio com o nome autoexplicativo! Aliás, sua bochecha azul acompanha uma “franja” laranja na testa. Por fim, o restante do corpo é verde. Lindo demais, né? Ainda bem que não está em risco de extinção!
No Brasil, há registros dessa espécie na região Norte, em Roraima e no Amapá (próximo ao Rio Oiapoque).
O papagaio-diadema é um papagaio relativamente grande. Apesar de ser verde, como a maioria dos papagaios, sua marca registrada é toda especial: uma face super colorida, com manchas em azul, amarelo, laranja e vermelho vivo!
No Brasil, há uma população no estado do Amazonas. Porém, apesar de habitar somente um estado brasileiro, ele não está em risco de extinção.
Durante muitos anos, o papagaio-dos-garbes foi confundido com o papagaio-moleiro. De fato, ele só foi descrito oficialmente pela ciência em 1989!
Porém, o anel em seu olho é cinza escuro (enquanto o do moleiro é bem branco). Além disso, ele possui uma pele branca na base do bico. Por fim, há manchas vermelhas na lateral da asa.
O papagaio-dos-garbes habita os estados do Amazonas, Mato Grosso, Pará e Rondônia. Felizmente, essa linda espécie não está em risco de extinção!
Famoso pela sua cabeça amarela, o papagaio-galego gosta de viver em grandes bandos. Além disso, é possível observar casais, que colocam ovos em ninhos dentro de palmeiras ou buracos de cupinzeiros!
O papagaio-galego é perdidamente apaixonado por manga.
De fato, essas aves chegam a ficar na mesma mangueira por semanas, até consumirem todos os frutos!
A boa notícia é que eles podem procurar sua comida favorita em diversos estados! Afinal, esses papagaios estão espalhados do Piauí à Bahia. Aliás, eles também aparecem em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, seguindo até o oeste de São Paulo. Porém, apesar da distribuição ampla, essa espécie está quase ameaçada de extinção.
Infelizmente, todos os papagaios, independente da espécie, sofrem com ameaças parecidas.
De fato, o desmatamento é a ameaça mais séria de todas para os papagaios!
Afinal, eles precisam de árvores para tudo: se abrigar, se alimentar, dormir e, claro, fazer ninhos.
Inclusive, depois de chocar os ovos, o ninho ainda é muito importante! Isso porque, depois que nascem, os filhotes ficam cerca de 60 dias ali dentro. Assim, até os pequenos papagaios estarem prontos para voar… o ninho precisa de proteção!
Em resumo, as árvores são fundamentais desde o momento que um casal de papagaios se forma. Por isso, na falta de ninhos reais, alguns pesquisadores instalam caixas-ninho de madeira ou de PVC, que imitam os ocos das árvores. Inclusive, você pode ajudar uma família de papagaios adotando um ninho aqui.
Porém, sabemos que não existe nada como um bom ninho natural… dentro de uma árvore de verdade. Por isso, precisamos proteger nossas florestas nativas, o lar dos papagaios!
Além do desmatamento, que destrói o ambiente natural dos papagaios, o comércio ilegal também é perigoso!
De fato, essa atividade criminosa rouba filhotes indefesos dos ninhos, causando muito sofrimento a eles e aos pais.
Além disso, as aves sofrem maus-tratos ao serem transportadas em caixas, gaiolas ou tubos apertados, junto com vários outros animais, passando fome e frio. Assim, não são poucos os papagaios que se machucam, ficam doentes ou acabam morrendo. Então, ter um papagaio em casa realmente prejudica as populações desses animais na natureza.
Por isso, recuse a compra de papagaios provenientes do tráfico de animais! Inclusive, você pode denunciar essa atividade ilegal. Afinal, lugar de papagaio é na árvore… e não na gaiola, certo?
Atualmente, as espécies de papagaios do Brasil em risco de extinção estão presentes no Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios.
Em resumo, esse documento reúne todas as ações necessárias para salvá-los! Assim, as atividades incluem educação ambiental, pesquisa científica e recuperação dos ambientes naturais. (Aliás, o Parque das Aves participou desse planejamento – saiba mais clicando aqui).
Inclusive, todos conseguem proteger os papagaios brasileiros! Então, você pode…
1 – Defender as áreas protegidas, chamadas unidades de conservação (por exemplo, os parques nacionais e as reservas biológicas);
2 – Visitar essas áreas para conhecer os papagaios do Brasil de pertinho (afinal, eles são lindos de observar!);
3 – Recusar a compra e posse de papagaios ilegais;
4 – Denunciar a venda ilegal de animais silvestres;
5 – Adotar uma caixa-ninho para proteger várias gerações de papagaios!
Ficou curioso para saber quais papagaios estão precisando de uma proteção especial? Para isso, assista esse vídeo:
No Parque das Aves, há um espaço muito especial, chamado “Salvando Papagaios”, onde os visitantes podem conhecer vários papagaios do Brasil em risco de extinção. Aliás, lá você pode aprender como proteger cada um deles!
Que tal saber detalhes sobre a visita no Parque das Aves? Inclusive, estamos localizados ao lado do Parque Nacional do Iguaçu, onde estão as famosas Cataratas do Iguaçu!
*Nota de Esclarecimento:
Alguns pesquisadores de aves não consideram o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops), o único dessa lista que não pertence ao gênero Amazona, como um tipo de papagaio – e sim uma ave que é da mesma família, mas distante. Em resumo, ele seria um “primo de segundo grau”.
No entanto, para essa postagem, priorizamos a divulgação da beleza dessa ave. Afinal, somos apaixonados pelos papagaios… e na mesma medida em que o papagaio-galego é apaixonado por manga!
O Parque das Aves, um centro de resgate, abrigo e conservação de aves da Mata Atlântica e o atrativo mais visitado de Foz do Iguaçu depois das Cataratas, completa 30 anos de atuação em 2024. Como é uma instituição privada, os visitantes promovem a continuidade do trabalho do atrativo através da visita ao Parque, consumo nos restaurantes do Complexo Gastronômico e compras na Loja de souvenirs.