Conheça a história do Parque das Aves
Publicado por parquedasaves em 27/11/2019
Atualizado em 26 de janeiro de 2023
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Muitas pessoas não sabem, mas a história do Parque das Aves começou muito antes da sua inauguração. Tudo teve início na década 1970, quando a veterinária alemã Anna-Sophie Helene e o sul-africano Dennis Croukamp se casaram. O casal vivia na Namíbia, África, e teve duas filhas: Anna-Luise e Carmel Croukamp.
No início da década de 1990, Anna e a família se mudaram para a Ilha de Man, no Reino Unido. Lá, um amigo lhes convidou para construir um parque de crocodilos em Foz do Iguaçu, berço das maiores quedas d’água do planeta. Porém Anna e Dennis amavam mesmo as aves. Essa paixão vinha desde a década de 1980, quando ganharam um papagaio-do-congo, Pumuckl, que se tornou um membro da família. Aceitando esse grande desafio, em 1993, o casal adquiriu 16 hectares de terra ao lado do Parque Nacional do Iguaçu e a construção do Parque das Aves foi iniciada.
Anna e Dennis se revezavam entre a Ilha de Man e Foz do Iguaçu, cuidando das filhas e das obras do Parque. Eles gastaram todas as suas economias nas construções e, graças ao esforço de diversas pessoas que se uniram à causa, o atrativo ganhou forma. O casal inaugurou o Parque em 1994, mas dois anos depois veio a perda de Dennis. Viúva, Anna acabou assumindo o empreendimento, determinada a fazer com que tivesse sucesso. E nos dois primeiros anos, foi a população iguaçuense que ajudou a manter o parque aberto, quando ainda não estava estabelecido.
Carmel Croukamp, caçula do casal fundador, é hoje diretora geral do Parque das Aves, com olhar voltado para a conservação das aves da Mata Atlântica. O Parque é um legado de Anna, porém, após o falecimento de seu pai, Carmel decidiu seguir com o sonho da família.
Carmel nasceu na Namíbia, já embrenhada na natureza. E descobriu no Brasil uma vocação para salvar animais e preservar a Mata Atlântica. Ela está no país há dez anos e desde então tem centrado seu trabalho em aves, principalmente nas 120 espécies e subespécies ameaçadas de extinção desse bioma tão devastado.
A história começou quando descobriu-se que uma pequena rolinha, a pararu-espelho (Paraclaravis geoffroyi), que vivia nas florestas do Iguaçu, estava extinta. E logo Carmel percebeu que a Claravis não era a única espécie passando por essa situação, devido principalmente ao desmatamento, caça e tráfico. Por isso, em 2017, ela decidiu focar as ações do Parque na conservação de espécies da Mata Atlântica.
Em 2019, o Parque das Aves passou por um reposicionamento de marca, mudanças na trilha e nos viveiros. Tudo idealizado e desenvolvido para que os visitantes pudessem conhecer a Mata Atlântica e suas espécies, e para engajá-los na conservação desse bioma.
Apesar de focar todos os esforços na conservação de espécies, Carmel nunca perdeu de vista a importância do Parque das Aves como atrativo turístico, pois acredita cada dia mais no potencial de ecoturismo do Destino Iguaçu. E com a atual linha de crescimento, o Parque das Aves espera alcançar a marca de um milhão de visitantes em 2020, fortalecendo a indústria de turismo de Foz, consolidado como o atrativo mais visitado da cidade depois das Cataratas do Iguaçu.
O reconhecimento do segundo bioma mais biodiverso do planeta deveria ser algo comum para os 72% de brasileiros que vivem na Mata Atlântica. Apesar da floresta concentrar o maior número de espécies endêmicas, ou seja, que só ocorrem ali, muitos sequer sabem que fazem parte dessa riqueza de biodiversidade. Sendo assim, a situação da relação das pessoas com a Mata Atlântica é preocupante. Dela provém água, equilíbrio do clima, alimentos, plantas e princípios ativos para alguns medicamentos, além da proteção do solo e, por consequência, o sucesso na agricultura.
Hoje, o Parque das Aves apoia diversos projetos de conservação em estados de Mata Atlântica, além de ser a sede do Centro de Sobrevivência de Espécies: Brasil, da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN CSE).
No começo de 2019, o Parque das Aves foi acreditado internacionalmente pela Alpza (Associação Latino-Americana de Parques Zoológicos e Aquários), a primeira instituição zoológica no Brasil a receber o reconhecimento internacional pelo excelente trabalho que realiza com os animais que abriga, o meio ambiente, além de visitantes e colaboradores.
Anualmente, a Alpza realiza um congresso no qual reúne profissionais de zoológicos latino-americanos. Em 2020, o congresso será realizado em Foz do Iguaçu, em junho. Serão levantadas discussões na busca por soluções para a conservação de espécies na América Latina e mostrado aos participantes a biodiversidade da Mata Atlântica e como o Parque das Aves trabalha para preservá-la.
As novidades para 2020 não param por aí. O Viveiro Cecropia, que vai abrigar periquitos e tucanos resgatados de tráfico e maus-tratos, será inaugurado em janeiro; e, como tudo no Parque das Aves, ele está sendo construído sem máquinas, realizado com o máximo de cuidado para que nenhuma árvore seja danificada.
Foto no Facebook: Armando Abdias Fotografias